Cerca de 400 pessoas de todas as idades participam do torneio aberto de xadrez de Campo Bom.
Disputas emocionantes marcaram mais uma edição daquele que é considerado o maior torneio aberto de xadrez do Estado em número de pessoas.
Olhos atentos no tabuleiro e no relógio, muita paciência, concentração e raciocínio. Assim foi o sábado de cerca de 280 competidores que participaram das disputas do XV Torneio Aberto de Xadrez Cidade de Campo Bom, promovido pela Secretaria de Educação e Cultura do município há 15 anos e considerado o maior torneio de xadrez em número de participantes do Rio Grande do Sul segundo a Federação Gaúcha de Xadrez.
As disputas ocorreram no ginásio da escola Borges de Medeiros ao longo do dia, onde os competidores disputaram o aberto divididos em 7 categorias (do sub 8 para menores de oito anos de idade - até a categoria veteranos, que reuniu competidores com mais de 50 anos de idade).
Entre os competidores, muitas crianças, adolescentes e diversos pais que foram apoiar os filhos e torcer das arquibancadas, de onde acompanharam os lances. “Contamos cada vez mais com a participação de nossos alunos no torneio devido às oficinas de xadrez realizadas no contraturno e que incentivam a prática desse esporte tão salutar. É uma iniciativa onde todos saem vencendo, desde professores
e pais, até alunos e a comunidade em geral, pois ao incentivarmos um esporte estamos afastando as crianças da droga e ensinando boas práticas, formando adultos responsáveis", destacou a titular da Secretaria de Educação e Cultura Eliane dos Reis. Ela lembrou que o programa Acolher envolve cerca de 6 mil alunos do município em 49 opções diferentes de oficinas que ocorrem no turno contrário ao da
aula e envolvem atividades na área de esporte, lazer e cultura.
Só das oficinas de xadrez nas escolas municipais de Campo Bom, são cerca de 480 estudantes participantes. Um deles é o estudante Guilherme da Silva, 11 anos, aluno do 6º ano da escola Borges de Medeiros, um dos competidores do torneio. “Temos aulas de xadrez durante a educação física e estamos sempre treinando. Este já é o segundo ano que participo do torneio”, conta. O pai de Guilherme, o sapateiro Iomar Cleber da Silva, 39 anos, também esteve no evento incentivando o filho a praticar o esporte que defende devido aos benefícios que proporciona. “Isto é muito bom para os jovens, a gente nota que eles ficam menos agitados e ajuda no aprendizado deles, principalmente na concentração. É uma grande iniciativa da Prefeitura promover esse tipo de torneio", elogiou Iomar.
A analista de sistemas Beatriz Agostini, 35 anos, também foi uma mãe presente ao evento e se mostrou atentas às partidas, aguardando ansiosa pelo final de cada disputa do filho Rafael Debastiani, 10 anos, estudante da 5ª série da escola particular Santa Terezinha. “Ele adora jogar xadrez e isso tem ajudado muito no aprendizado de matemática. Ele até tem me ensinado a jogar”, conta, orgulhosa.
Competidores com deficiência visual deram lição de vida. Um dos destaques do aberto de xadrez promovido pela Prefeitura de Campo Bom foi a participação especial de um grupo formado por 8 portadores de deficiência visual da cidade de Alvorada e que integram as ONGs Embrião e Vemos com as Mãos. Com tabuleiros adaptados, os jovens competiram nas mesmas categorias dos demais competidores,
divididos conforme a faixa etária. Uma das integrantes desse grupo especial foi a jovem estudante de 4º ano da Escola Estadual de Ensino Médio Senador Salgado Filho, de Alvorada, Andressa Figueiredo Matos, 9 anos. Ela contou que se diverte
muito jogando xadrez. “No começo parece muito difícil e tem pessoas que demoram mais para aprender a jogar do que outras, mas depois fica fácil e bem divertido”, conta ela que já participou de vários campeonatos e ostenta duas medalhas de segundo lugar de suas disputas pelo Estado. “Em Alvorada a gente tem muitas competições e conta com uma categoria especial, mas jogar com as outras pessoas que não têm deficiência também é legal”, conta Andressa. Para poderem jogar, os
deficientes visuais contam com tabuleiros especiais que facilitam o tato: as casas brancas são rebaixadas e as peças pretas são ásperas para diferenciar as cores. Além disso, as peças contam com pinos de fixação na parte inferior para que possam ser tocadas sem cair. “Este é o terceiro ano que nossa equipe participa do Aberto de Campo Bom. Eles são um exemplo, pois estão sempre dispostos a aprender e superar seus limites”, destaca o coordenador da ONG Embrião, o professor de
xadrez Josué Aguiar, de 47 anos.
Confira os primeiros colocados de cada categoria:
SUB 8 - CRISTIANO DA SILVA PINHEIRO, EMEF AFFONSO PENNA - Novo Hamburgo
SUB 10 - NICOLAS HAAG - Escola LÂMPADA MÁGICA - Campo Bom
SUB 12 - EDUARDO DA SILVA SOARES - ONG Embrião - Alvorada
SUB 14 - JOÃO GUILHERME DULLIUS - ONG Embrião - Alvorada
SUB 16 - GUILHERME SILVEIRA - ONG Embrião - Alvorada
ADULTO - MARCELO KONRATH -– Novo Hamburgo
VETERANO – ANTÔNIO EZÍDIO MENTZ - Campo Bom
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