Queridos amigos:
Desculpem a longa pausa sem publicações. Nossa vida é feita de acontecimentos e precisamos sempre estar determinando nossas prioridades.
Algumas pessoas já sabiam que minha mãe estava lutando pela vida a um ano e meio, brigando com um câncer de pâncreas e nestes últimos meses a doença agravou foi devorando a minha amada aos poucos. No dia quatorze de maio ela foi para a UTI e sem mais o que fazer o médico mandou para o quarto para que pudéssemos nos despedir dela e curtir do jeito que ela gostava (todos juntos) seus úlltimos momentos na terra. Dentre minhas prioridades, cuidar da pessoa que me deu a vida tantas vezes com certeza era a primeira e neste momento tornava-se temporariamente a única.
Ela queria que eu estivesse ao seu lado na hora da partida e assim foi, dia 14/06/2009 na Hora do Angelos, 18 horas eu cantava para ela a oração do Magnificat quando levada pela mão de Nossa Senhora de Fátima ela foi.
"A minha alma engrandece o Senhor, exulta meu espírito em Deus meu Salvador, pois olhou para a humildade de sua serva, doravante toda terra cantará os meus louvores. O senhor fez em mim maravilhas, Santo é Seu nome. Seu amor para sempre se estende sobre aqueles que o temem."
Quando minha mãe estava grávida de mim, o médico disse que era um tumor, que deveria ser retirado dela, mas ela já era muito ligada a mim, foi para o quarto, chaveou a porta, sentou na cama e tampou o nariz. No silêncio me disse: "Ou tu te mexes ou morremos nós duas!" Daí para frente não parei mais, palavras dela mesma.
Mulher de fibra, amou e criou dez filhos sem fazer diferença entre enteados, filhos naturais e adotiva, velhos e jovens, amou cada um e nele viu sua pecurialidade, respeitou a todos e criou irmãos, primos, netos, bisnetos, genros, noras, cunhadas e cunhados, amigos e até vizinhas. Foi mãe de todos, amiga e confidente de todos que quiseram, olhar gentil e penetrante que falava muito mais que a boca. Mas amou também o namorado, Azambuja, o vovô Buia, amou tanto que se dedicou nos últimos anos a criar uma rede de cuidados para ele e passou sua última tarde recebendo seu carinho. Esperou que ele saísse para partir, para que ele não sofresse esse momento.
Amava seus filhos e o trabalho de cada um. O meu trabalho também e ficou muito feliz ao ver que meus alunos não desistiram, mostraram que estes cinco anos não foram em vão, foram incansáveis uns ao lado dos outros e um belo dia: Uma invasão de bengalas no hospital, vieram visitá-la e trouxeram um bilhete em braille, que ela mostrava a todos. Ai ela teve orgulho de mim e eu dos meus queridos.
Em julho vai sair um encarte especial na Revista Nova Escola sobre inclusão e neu trabalho será citado, ela sabia que não estaria aqui para pegar a revista mas disse que estava muito feliz e orgulhosa por mim.
Quero continuar deixando minha mãe orgulhosa, por isto agora vamos trabalhar ainda mais e fazer nossa parte para que a inclusão vá se tornando cada vez mais comum até que setorne normal, este é nosso trabalho, nossa missão nossa prioridade.
Dona Célia, descança e paz mas não deixa de olhar por nós e interceder junto a Deus pelos que ficaram com saudades de ti. Amo tu, minha linda, linda, linda!
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